Como é definido o preço de um produto?
Muitas vezes, ao perguntarmos o preço de algum produto, nos pegamos pensando que o dono da loja deve estar lucrando horrores. Mas será que sempre funciona assim? O proprietário de uma loja de roupas, por exemplo, não seleciona uma blusa que adquiriu por 25 reais e simplesmente diz: “Hmmm, acho que vou cobrar 50 reais por ela, assim eu lucro 100%”. Até porque, pode não parecer, mas tal blusa não custou somente os 25 que foram pagos ao fornecedor da loja – há também despesas sobre as quais nem sonhamos. Fatores como a inflação e a sazonalidade influenciam nos preços finais. Para simplificar, no entanto, existe uma maneira de calcular quanto será cobrado por um produto levando em conta apenas custos e margem de lucros.
Além do custo direto, que é o da compra daquele produto junto ao fornecedor, há diversos outros indiretos com os quais um comércio precisa arcar.
Custos indiretos arcados pelo comércio:
- Aluguel do espaço da loja;
- Contas de energia elétrica e água;
- Comissão aos vendedores;
- Impostos sobre a venda de mercadorias;
- Porcentagem sobre as vendas (taxas das máquinas de cartão de crédito);
- Fretes;
- Eventuais perdas (cheques sem fundos ou furto, por exemplo);
- Etc.
Há também os custos dos produtos que ficam “micados” na prateleira, afinal, uma loja ou estabelecimento não vive só dias felizes – aliás, é importante ter capital guardado para enfrentar esses momentos. Se o lojista lucra com alguns produtos e perde o equivalente com outros, que ficam parados, a conta não fecha. Um exemplo é quando chegam as datas comemorativas e é feito um estudo de mercado para entender o quanto as vendas aumentarão, para que seja montado o estoque. Se a loja estocar demais e não vender, tem prejuízo. Se estocar de menos, além de não aproveitar a oportunidade, pode ficar com má reputação frente aos clientes, que não voltarão. Todas as variantes precisam ser levadas em consideração. Logicamente esses custos não entrarão de uma vez só no preço da sua blusa, mas uma porcentagem deles entrará.
Feito o cálculo dos custos, é hora de estabelecer a margem de lucros de um produto. E este é um momento fundamental para o comerciante, pois uma análise equivocada pode arruinar a saúde financeira do negócio. Se a margem for muito baixa, pode não ser alcançada a receita necessária para “fazer o negócio girar”. Se for muito alta, o preço final não fica atrativo e as vendas não emplacam – porque você, consumidor atento, notará se a concorrência tiver produtos similares com preços mais em conta. A saída para o lojista, então, é dar uma olhada nos preços do comércio vizinho e estudar se será viável praticar preços próximos aos dele, sempre pensando antes em seus custos e em quanto deverá lucrar.
Tudo isso para escrever um valor na etiqueta da sua blusa, acredita?